O atual cenário econômico no Brasil implica à grande maioria da população contenção de despesas e planejamento de gastos futuros. Para não passar aperto ou aumentar dívidas, o cidadão comum é obrigado a economizar em tudo, abrir mão não só dos supérfluos do cotidiano, mas também de muita coisa importante que faz parte do dia a dia.
A discussão sobre remuneração para os servidores em todos os setores da Administração Pública é ampla e, geralmente, o profissional concursado, que ingressou na carreira pública pela porta da frente, é obrigado a lidar com reiteradas negativas por parte do poder público quando o assunto é valorização salarial.
Mas há um grupo específico que detém o poder de reajustar o próprio salário sem necessitar do aval de ninguém, o de vereadores. E é o que farão os membros da Câmara Municipal de Porto Velho ainda em novembro: votarão reajuste generoso em seus próprios proventos.
Atualmente, um vereador da Capital recebe a ‘bagatela’ de R$ 12 mil. Se aprovado o reajuste, serão R$ 18 mil por mês. A medida é legal e está prevista em lei. O debate está voltado ao questionamento de ser moral ou não, principalmente levando em conta o momento financeiro.
Apenas um dos edis se manifestou contra a proposta de aumento até agora: José Wildes, do PDT, que não foi reeleito. Inclusive, antes de prestar declarações sobre o tema à reportagem da SICtv, afiliada da Rede Record em Rondônia, o pedetista inaugurou seu discurso dizendo que seu posicionamento não tem nada a ver com o fato de não retornar ao Legislativo mirim a partir do ano que vem.
Somente sete representantes atuais da Câmara de Vereadores retornarão para usufruir dessa benesse, caso seja concedida, já que a taxa de reciclagem do Poder foi altíssima levando em conta o resultado apurado nas urnas ainda no primeiro turno, 02 de outubro. São eles: Ellis Regina (PCdoB), Edwilson Negreiros (PSB), Alan Queiroz (PSDB), Jurandir Bengala (PR), Márcio do Sitetuperon (PSB), Jair Montes (PTC) e Marcelo Reis (PSD).
Bengala, aliás, que é o atual presidente da Câmara, recebe R$ 18.807,80 por conta do cargo que exerce além da edilidade. Desse total, R$ 6.012,00 são recebidos por ocupar a Presidência da Casa de Leis. Em suma, o próximo presidente poderá alcançar a cifra de R$ 24 mil caso a aprovação do reajuste seja efetivada.
Como é de costume, os novatos exercerão seus ofícios com os R$ 6 mil a mais em seus dividendos e, obviamente, caso sejam questionados a respeito, poderão evocar a velha máxima de que “a culpa é da legislatura passada, não temos nada a ver com isso. Pegamos o ‘bonde andando’”.
Fonte: Painel Político