Galvez, adversário do Peixe, foi formado pela polícia do Acre e jogadores recebem ordens para evitar problemas extracampo. “Tentamos impor essa disciplina militar, diz dirigente
A Banda do Imperador está acostumada a tocar para 200 pessoas. Começam quando entram em campo o soldado Monteiro, o cabo Dieneton e o sargento Xavier. É observada pelo major Franco, major Sergio Roberto e cabo Simões. O repertório tem músicas de carnaval e marchas militares. É uma das atrações do Galvez Esporte Clube, adversário do Santos nesta quarta, pela segunda fase da Copa do Brasil.
O time pertence à Polícia Militar do Acre. O presidente é o coronel Júlio Cesar dos Santos, comandante-geral da PM do Estado. As 200 testemunhas são o público que geralmente assiste aos jogos no campeonato local. Contra o Santos, em Rio Branco, são esperados oito mil pagantes.
– Vai ser, com folgas, o maior público de nossa história. Mesmo com o horário desfavorável. No nosso fuso aqui será às 17h30 – afirma o major Edener Franco, diretor de futebol e financeiro do clube.
O time não é composto apenas por militares. Pelo contrário, eles representam a minoria. São apenas três: o lateral Chumbo (o soldado Monteiro), o volante Deneton e o lateral-esquerdo Xavier. Não apenas eles, mas todos no elenco são vigiados pelos superiores na “vida civil”. Porque a imagem do elenco, na visão dos dirigentes, é a própria reputação da polícia.
– Nós somos um clube militar. Claro. Um clube que sai de dentro da caserna. Existe essa preocupação na hora de contratar atletas. Jogador nosso não pode ser visto bebendo em público, dirigir sem documentação, ter caso de violência doméstica… É inadmissível. A gente tenta impor essa disciplina militar, uma forma mais correta de viver a vida – defende o cabo Pablo Simões, auxiliar-técnico e diretor.
O Galvez tem cinco anos de existência. Na federação local, assumiu a vaga que era do Tiradentes. Antes de enfrentar o Santos, eliminou o Rio Branco, a equipe mais tradicional do Acre., na primeira fase. Orgulho para o futebol local seria o mesmo de todo time pequeno que enfrenta um grande nas fases preliminares da Copa do Brasil: não ser derrotado por dois ou mais gols de diferença em casa e conseguir viajar para a partida de volta.
– Para nós, seria a glória. Um resultado incrível – o volante Deneton.
Por: Lancenet.com