PM do Espírito Santo determina grávidas à fazerem patrulhamento a pé. Governador do ES, Hartung recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht, diz delator
Diferente do tratamento dispensado à políticos, que possuem militares à disposição como seguranças particulares, a Polícia Militar do Espírito Santo, por meio do tenente coronel José Dirceu Pereira, chefe do Centro Administrativo do Quartel do Comando Geral, à pedido do Comandante Geral, coronel Nylton Rodrigues Ribeiro Filho, determinou que todos seus militares saiam às ruas , inclusive as grávidas e/ou que estão com restrições médicas ou qualquer outro militar que atua em escala especial e nos setores administrativos.
A determinação não respeita nenhuma prerrogativa constitucional e coloca em risco a vida de gestantes e demais profissionais que atuam estritamente no setor administrativo.
O fato revela o desespero do governador Hartung em tentar estabelecer a ordem no Estado, visto que sua mão de ferro, que negou todos os pleitos dos militares, fez aumentar a insatisfação da categoria causando vários distúrbios psíquicos junto aos militares que sofreram e continuam sofrendo retaliações por terem lutado no intuito de melhorar as condições de trabalho e salariais.
Colocar profissionais nessas condições nas ruas ferem os preceitos dos Direitos Humanos fazendo com que o Estado brasileiro possa mais uma vez ser penalizado na ONU devido a ingerência do governo Hartung.
Governador do ES, Hartung recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht, diz delator
Conforme denunciado pela imprensa nacional, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) é mais um dos envolvidos no esquema de corrupção da lava-jato.
No acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente da Construtora Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva revela que o governador do Espírito Santo, Paulo César Hartung, recebeu R$ 1 milhão de reais da empreiteira durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2012.
Segundo o delator, os “pagamentos indevidos” foram realizados em parcelas nos meses de setembro de 2010 e setembro de 2012.
Na decisão em que determina a retirada do sigilo da decisão, o ministro Edson Fachin acata o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que os depoimentos – bem como os documentos juntados na delação – que citam o governador capixaba sejam remetidos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em nota, Hartung afirmou que não disputou as eleições de 2010 e 2012. “Portanto, é mentirosa a informação de que teria recebido recursos da construtora Odebrecht nesses dois pleitos”, disse.
No entanto, é público e notório que apesar de não ter concorrido às eleições, sempre foi um dos principais articuladores atuando na captação de apoios políticos e econômicos para a eleição de seus aliados.
No Espírito Santo, além de Hartung, o senador Ricardo Ferraço também foi delatado por ter recebido 400 mil via Caixa dois.
É preciso que a Polícia Federal faça uma grande varredura nas contas dos políticos capixabas, visto que o estado recebeu grandes obras realizadas pela Odebrecht e caso seja comprovado o envolvimento que os valores sejam devolvidos aos cofres públicos e os responsáveis punidos civil e criminalmente.
Fora do STF
Dezenas de outros inquéritos foram enviados por Fachin a outros tribunais porque os envolvidos não têm direito a foro no Supremo Tribunal Federal, como os governadores de estado, que têm de ser julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.
Nesta lista estão, entre outros, os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Na lista também está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que precisam ser julgados na primeira instância, ou seja, pela Justiça Federal de São Paulo.
Fonte: www.sindipublicos.com.br