Homens feitos reféns por índios são liberados após 12h em aldeia de RO
Dois homens feitos reféns foram libertados, nesta semana, após ficarem presos por 12 horas em poder dos índios da etnia Uru-Eu-Wau-Wau, em Campo Novo de Rondônia (RO), município a 304 quilômetros de Porto Velho. Os invasores foram presos depois de 30 homens terem sidos expulsos da área indígena para extrair madeiras de forma ilegal e vender lotes de terras na última semana.
Um vídeo cedido à Rede Amazônica, gravado pelos próprios índios, mostra dois indígenas destruindo uma pequena balsa na margem de um rio no interior da floresta. O grupo também ateou fogo em acampamentos utilizados pelos invasores. Os índios denunciaram que a reserva tenha sido invadida por mais de 800 homens estariam extraindo madeiras das áreas de proteção ambiental e ainda comercializando lotes por até R$ 20 mil em cada demarcação.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o problema enfrentado na localidade não é recente, mas agora ficou ainda mais grave, pois a exploração está sendo feita próximo das aldeias indígenas e pode colocar em risco a presença de aldeias que convivem na área verde de forma isolada.
Segundo a Funai, a terra indígena é o habitat de quatro povos indígenas reconhecidos e ainda possui cerca de três grupos de índios isolados que também vivem ao longo da área, que possui uma extensão com 18.670 km².
Para a ambientalista Ivaneide Bandeira, o risco de haver um conflito armado entre os indíos e os invasores preocupa a todos. “O perigo disso tudo é que pode acontecer mortes do lado indígena e mortes do lado não indígena. Lamentavelmente os órgãos responsáveis não estão tomando atitude de realizar a proteç&a tilde;o da área e de fazer a proteção do território, que é uma obrigação deles”, afirma.
Lideranças indígenas do estado produziram uma carta com a denúncia da invasão para ser entregue à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma força tarefa composta por agentes da Polícia Federal (PF) e Fundação Nacional do Índio (Funai) se deslocou para o local do conflito no dia 16 de fevereiro, mas os resultados do trabalho desenvolvido na área não foram divulgada pelos órgãos.