Mitocôndrias tratadas com gelatina mostraram danos estruturais reduzidos
E se uma aliada em potencial na luta contra o Alzheimer fosse… a gelatina? Em um estudo recente publicado na revista científica Frontiers in Pharmacology, pesquisadores apontaram como a gelatina pode proteger o cérebro.
Os pesquisadores primeiro reproduziram o Alzheimer in vitro, cultivando células cerebrais com fragmentos de uma proteína tóxica da placa amiloide, característica da doença. Assim como o Alzheimer faz com o cérebro, essa substância induziu a morte celular em laboratório. Para tentar evitar esse efeito, o grupo fez, então, uma espécie de antídoto com gelatina, e veja só: a substância protegeu completamente as células da toxicidade.
Para entender como as gelatinas são neuroprotetoras (elas são uma mistura de poli e oligopeptídios derivados da hidrólise parcial do colágeno), eles se voltaram para as mitocôndrias, estruturas celulares que geram energia na forma de uma molécula chamada ATP. Como as células saudáveis precisam de ATP para funcionar, a disfunção mitocondrial é prejudicial à sobrevivência celular e a principal causa da morte de células cerebrais na doença de Alzheimer.
Os pesquisadores, portanto, levantaram a hipótese de que as gelatinas previnem a morte celular por meio da proteção mitocondrial. As mitocôndrias tratadas com gelatina mostraram danos estruturais reduzidos, melhor produção de ATP e menor estresse oxidativo. Além disso, os pesquisadores acreditam que as gelatinas impedem o excesso de cálcio de entrar na célula, o que pode desencadear dano mitocondrial, estresse oxidativo e até mesmo a morte celular.
Apesar de ser um estudo promissor, vale comentar que, como em todo processo de mimetização in vitro, há limitações — afinal, nosso cérebro é bem maior e mais complexo que uma placa de cultura de células em laboratório.
Fonte: Canaltech