Uma verdadeira carnificina instalou-se nos presídios localizados na região norte do país após uma rebelião iniciada no primeiro dia de 2017, onde 60 apenados foram mortos com requinte de crueldade, no complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM). Corpos foram totalmente dilacerados. As imagens circularam nas redes sociais na velocidade de um furacão.
A guerra travada entre as facções criminosas, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Família do Norte (FDN), que é aliada ao Comando Vermelho (CV) culminou em mortes. A disputa sempre, segundo informações, é pela o tráfico dentro de fora dos presídios. Passado cinco dias após a rebelião em Manaus, o caos também tomou conta da Penitenciária Agrícola de Boa Vista (PAMC). Por lá foram registradas mais 33 mortes. O modus operandi foi o mesmo utilizado em Manaus, corpos decapitados e até o coração arrancados.
Nessa guerra do crime quem realmente paga a conta é o brasileiro. O governo investe milhões no sistema carcerário, enquanto outros setores estão jogados as traças. Em Rondônia, não foi diferente. No mês de Janeiro de 2002, uma rebelião na Casa de Detenção José Mário Alves, o Urso Branco, os Rondonienses presenciaram uma das maiores e sangrentas rebeliões, 27 detentos que estavam no seguro (ameaçados de morte) foram levados para a caixa d’aguas e seus corpos mutilados.
Na época, a chacina chamou atenção da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Uma comissão foi designada para acompanhar de perto os trabalhos e a corte chegou a ameaçar sanções contra o governo. Após o banho de sangue, outras rebeliões foram registradas no Urso Branco e na Colônia Agrícola Penal Ênio Pinheiro, porém com números de mortes bem inferiores.
Na sexta (06), o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Rondônia (SINGEPERON), por meio do presidente Anderson Pereira, comunicou através de uma nota que estão em estado de alerta. A medida foi tomada por precaução, devido as recentes rebeliões nos estados vizinhos. Nesse sentido, os Agentes Penitenciários estão atentos a qualquer indício de motins, rebelião ou tentativa de fuga.
Diante de toda carnificina humana que se instalou nos presídios da Região Norte, qual será o próximo? Essa é uma pergunta que fica no ar.
Fonte: Anderson Nascimento – Newsrondonia